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Não, não adianta você procurar essa doença no CID (Classificação Internacional de Doenças). Apesar disso, ela acomete um número enorme de usuários da internet e se torna cada vez mais grave.

Também não adianta dizer que ela é provocada pela luz azul ou por radiações eletromagnéticas temidas pelos tecnofóbicos. Porém, esta síndrome está indiscutivelmente em nosso meio — trata-se da cegueira de banner.

Não, as respostas não aparecerão no Globo Repórter. Elas estão aqui no nosso blog e você confere agora!

Como surgiu a cegueira de banner?

Dependendo da sua idade, talvez você não se lembre dos primórdios da internet. Não havia propaganda e as pessoas ainda estavam descobrindo tudo o que ela podia oferecer.

Mas logo o pessoal do marketing (sempre “eles”) percebeu que esse era um veículo com um grande potencial para alcançar o público-alvo. O que eles fizeram? Começaram a exibir propagandas.

Honestamente, foi uma experiência horrorosa. Não havia um layout adequado e a propaganda era extremamente invasiva. Ainda não existia a segmentação de público que nós temos hoje. Então, todo o mundo via o que não interessava.

Com o tempo, esses mecanismos evoluíram. Eles aprenderam como segmentar o público e direcionar a propaganda. Além disso, existem regras para o tamanho, formato e posição de banners, embora alguns deles ainda sejam incômodos.

Porém, depois que as redes sociais ganharam popularidade, nós sofremos uma nova invasão de banners. Alguns empreendedores acreditaram que seria uma boa ideia fazer propaganda de suas lojas e produtos nessas páginas.

Então, quando você estava todo interessado vendo vídeos fofos de gatinhos, textões, tretas políticas e indiretas do Facebook, eis que surge no seu feed o banner daquele brechó, ou simplesmente uma foto da peça que estava sendo vendida.

Nada contra brechós! Só estou dizendo que, mais uma vez, propaganda mal-feita é repelente para o consumidor. Se o produto que é mostrado não condiz com os meus interesses, eu tenho duas alternativas: saio da rede ou ensino meu cérebro a ignorar.

E o público, de modo geral, escolheu a segunda opção. Ele criou um certo mecanismo de defesa que permite ignorar os banners e propagandas que antes apareciam só no Facebook, mas agora estão presentes também em outras redes, como o Instagram, sites de notícias, entre outros.

Como a cegueira de banner afeta os usuários?

Você já percebeu alguns sintomas: visão seletiva, capacidade de ignorar determinadas áreas da página e concentrar totalmente sua atenção em outras.

E não é só suposição, não! Existem estudos que comprovam esta síndrome. Aliás, o nome foi criado por Jan Benway e David Lane em 1988, depois de uma pesquisa de usabilidade na web.

Não quero transformar este post em um artigo científico, mas o fato é que eles constataram que as pessoas têm interesse em determinadas informações, de uma forma muito específica.

Então, quando elas acessam a internet em busca dessas informações, elas usam sua experiência anterior para prever onde é que elas aparecerão na página. Elas focam a atenção nessas áreas e o resto é simplesmente ignorado, como se houvesse um ponto cego.

Então se eu estou nas redes sociais procurando memes e tretas, é natural que eu ignore faixas coloridas e grandes, com texto ou imagem, animadas ou não — as propagandas.

Isso quer dizer que a propaganda não funciona?

Não é isso o que o estudo diz. Lembre-se: o público olha para os lugares em que ele acredita que está o conteúdo que considera relevante. Por isso, os anúncios precisam ser muito bem direcionados. Mas isso é assunto para outro post!

Como a cegueira de banners afeta a divulgação de uma empresa nas redes?

Em primeiro lugar, ela derruba aquela ideia de que divulgação nas redes sociais é fácil e gratuita. Ela pode até não ter custo nenhum (no caso do acesso orgânico), mas exige algum esforço.

Por isso, não adianta simplesmente criar uma página da sua empresa nas redes sociais e achar que está fazendo Marketing Digital. Não é por simplesmente divulgar seus produtos ali que o restaurante vai encher de clientes ou o estoque da loja vai esvaziar. É preciso usar estratégia.

Pode ser que esse método dê algum retorno, mas ele é muito pequeno. Esse é o motivo pelo qual você vê páginas de empresas que estão simplesmente abandonadas — não há um único post nas últimas semanas, meses e até anos.

Como contornar essa situação?

Para falarmos sobre isso, precisamos nos concentrar em uma palavrinha muito importante que aparece aí nos estudos: a relevância. A pesquisa mostra que as pessoas procuram aquilo que interessa a elas.

Então, se a informação que o usuário procura está em um link sem graça, em um vídeo bem feito ou em textos simples, é nesse elemento que ele vai clicar.

É lógico que uma imagem instigante conta muitos pontos e ajuda a chamar a atenção, mas o que vale, mesmo é o conteúdo!

Eu sei, você vai dizer: “lá vai ela de novo falar da importância do conteúdo”! É que a verdade não pode ser ignorada.

Quer atrair o seu público e driblar a cegueira de banner? Produza um material relevante, que atenda às necessidades da sua persona. É sucesso garantido!

E você, também está acostumado a ignorar os banners que aparecem na sua tela? Qual é o tipo de propaganda que ainda chama sua atenção? Conte pra gente nos comentários!